É natal vamos lá festejar…
Cada vez menos entendo o que é o natal. Entenda-se o natal actual tão comercial.
Dir-me-ão é magia, alegria, família…
Concordo, mas parece-me cada vez mais tudo muito forçado e que o principal foco são as compras e o consumo.
Este ano decidi passar o natal exclusivamente com os meus filhos. Fazer assim simples sem confusão, horas a cozinhar e obrigação de ver / estar com pessoas que não tenho vontade de ver / estar com. Pensarão, mas que egoísta. Pois e eu digo não… a minha paz é mais importante que as imposições sociais.
Este ano não tinha vontade de comprar presentes, mas decidi que compraria apenas para os meus filhos. Deixei para a última hora, porque não tinha vontade mesmo de ir fazer estas compras. Quando pensei é agora, comecei a sentir uma angústia tão grande, tão grande… Confesso que foi mesmo intensa a sensação e até mesmo aflitiva. Perguntei-me porque sinto isto. E depois analisando concluí… creio que é a ideia de estar a fazer algo que eu não escolhi verdadeiramente, ir a locais onde as pessoas estão ansiosas, pesadas e stressadas.
O natal é amor, mas o amor não é exclusivo do natal. O amor é para todos os dias e não são necessários presentes, para demonstrar o quanto amamos a nossa família e amigos. O maior presente somos nós, com o nosso tempo e harmonia, com paz no coração. Os presentes, as compras, são adornos completamente desnecessários.
Houve tempos, quando cresci, em que desejei o natal porque queria proporcionar aos filhos o natal que não tive. Quando era pequena lembro de ficar triste porque não havia roupa nova ou presentes…
Agora percebo que não precisamos mesmo de nada. Apenas amor no nosso coração. Precisamos ensinar às crianças o valor do amor e sensibilizar para a inutilidade de ter coisas e mais coisas, pois são distrações para o que verdadeiramente importa. E o que verdadeiramente importa é a magia da vida e o prazer de sentir a vida dentro de nós, de amarmos e sermos amados.
Sigamos os impulsos do nosso coração e não os da sociedade. Sejamos donos da nossa vontade e do nosso destino. E o destino é o coração, lá mora o amor e não cabe ouro, incenso ou mirra…
Silvia Abreu
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